MEU BARQUINHO

Meu barquinho, para onde vais,

Que levas brancura nas velas,

Que colhes bonanças e vendavais,

E já não podes passar sem elas?

Meu barquinho, são os teus ais,

Quando dizes gostar mais delas,

- Ondas que roçagam teus taipais-,

Do que das lautas caravelas?

Meu barquinho, não é grande, não,

Não tem ornamentos nem vigias,

E até a quilha é feita de papelão…

Mas quando vai no vento suão,

De velas dadas, sua condição,

Leva consigo todas as fantasias.

Jorge Humberto

(17/03/2003)

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 01/09/2014
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