CONFIDÊNCIA

Parando para ouvir-te, vício que alteia

E deixa pelo ar a voz em abandono

Ante a vergonha própria o mau humor verdeia

Fazendo o desvario calar qual céu de outono

Que me sobreviesse em novo amor agora

Tocando qual brilhante e raro como festa

Como se flecha fora a joia mais sonora

Batuta a permear acordes na floresta

Eis o lugar em que o vagar é sensação

E lá o vento existe e a chuva é tesouro

Flagelo inexprimível é tê-lo, coração

Quer pelo amor passeie ou falte de fazê-lo

Sem ter coragem de deixar recados, sombra

Mesmo que fosse vã, lembrança nua em pelo

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 25/08/2014
Reeditado em 26/08/2014
Código do texto: T4936933
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