TEMPUS FUGIT

Por sobre um muro onde chora o inverno

Veludosa gota de verde luto,

Um ramo de árvore só espera astuto

O ouro vindouro do retorno eterno.

A árvore sabe em sua própria veia

Que flui o inverno e brota a primavera

Como o ferro da charrua fere a areia,

O barco embarca no mar da quimera.

E o vento azul em céu de minuano,

Enrodilhando a volúvel nuvem,

Seu sopro é mais que úmido queixume,

Conta e conta sempre a mesma história:

Que o tempo foge, o amor é insano,

E a vida é breve, leve, transitória.

– Remetido pelo seu criador, via e-mail privado, em 23/07/2014.

Torno pública esta obra de arte sonetística do Professor Raul Machado, na intenção de homenagear o autor, que está com 83 anos, e pouco publica na Grande Rede. (JM)

http://www.recantodasletras.com.br/sonetos/4921351