ESCREVER ESCREVA QUEM SABE

Tudo quanto digo ou escrevo não é mais meu,

É doutro alguém que me lê e toma para si

O que no instante conquistado tornou seu,

Nas sobras extenuantes que partiram de mim.

Porque o que digo ou escrevo é o outro distante

E vou cantando o que mais ninguém diz…

Escrever escreva quem sabe de forma elegante,

Que eu vou nesta vida duplamente feliz.

São tantos contrastes, variando de quem lê,

O que se escreve como forma de suplantação,

Que quem escreve escrevendo nem sempre vê,

O que é seu ou do outro, porque não soube calar.

E meu espargido e mui distante coração,

Tem tendência (quando este mundo diz) a chorar.

Jorge Humberto

17/05/07

Jorge Humberto
Enviado por Jorge Humberto em 17/05/2007
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