Areal...

O tempo vai passando e pode tanto

Deixado caprichosamente ao vento

Paisagem fina acarinhando o encanto

Razão maior que fisga o pensamento.

Deserto é rio sem margem, entretanto

Só ele, monstro devorante e isento

É foz qualquer que não entende o pranto

Velando olhares já sem fingimento.

O laço aperta a sorte agudamente

Falar o quê, se esse é o destino

Que intato permanece e vai contente?

Fugaz paixão de um coração ferino

A contemplar meus males, que eloquente

Porém na solidão em que alucino!

Miguel Eduardo Gonçalves
Enviado por Miguel Eduardo Gonçalves em 10/07/2014
Código do texto: T4877271
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