Redenção
Se em teu seio não encontro meu contento
Condenado sou então a eterno penar
Desejando o manto negro como alento
Cansado, ferido, sem rumo a vagar
Mira-me do alto deus algum
Seguem-me apenas os abandonados pela morte
Quem ao amor se deu e recebeu nenhum
Quem do peito removeu o coração pra corte
Se o teu seio guarda minha redenção, porém,
Talvez não seja a vida assim tão desgraçada
Pondo sob os pés descalços uma sombra enfim
Entrego-me, portanto, cativo e refém
Pois só tuas mãos podem curar minh'alma despedaçada
Dando, assim, ao meu sofrer eterno fim