O SINO
Me lembro saudoso, quando criança,
O dobre do sino, por nós ouvido,
E depois de anos inda na lembrança,
Ouço ecoar choroso o seu gemido.
Nas sacras datas do dogma cristão,
Na Igreja São Cristovão, lá do campanário,
Numa vetusta torre, solto na solidão,
O sino lembra o mundo o seu horário.
Uma badalada para cada hora,
Marca-se a chegada e quando vai embora,
O velho sino com o mesmo badalo.
Eu percorri o mundo todos esses anos,
Fui e voltei, vi santos e profanos,
Hoje o seu dobre me é um regalo.
(YEHORAM)