AS DORES MAIS HORRÍVEIS
Eu, desde que nasci, a terra dura
Nas calejadas mãos a conheci,
Como necessidade tão escura
Do trabalho mais duro que senti.
A dureza da vida que sofri,
Hoje está já madura pela cura
Da verdade da vida que assisti
Antes da minha própria sepultura!
Que sol abrasador na terra tive
De suportar nas horas mais terríveis,
Que a tal memória agora me revive!
Pois mais coisas amargas já possíveis
Estão no coração que só me vive
De cansaços das dores mais horríveis.
Ângelo Augusto