AS MISÉRIAS MORTÓRIAS
O tédio transversal da boca atroz que finge
Arfante e alado tempo, de cálido esfera
Como longínqua proa do mar que se esfinge
Lá dum ínfimo céu que augura a primavera!
Moldura de cipreste formatura e fera
Que dos alvos penares a saudade tinge,
Na respalda do errante receio da espera,
Que o rasurável vácuo da terra me ringe!
Na clausura nefasta encontro a cobertura
E no sútil silêncio as pedestres memórias
Rasem a languidez da mente na estrutura...
E no enebriante ciclo de ágeis e simplórias
Mortalhas, o involucro ascende da ruptura
Que me induz as visíveis misérias mortórias.