O ARFANTE TÉDIO
O estimulo do plácido rumor
Jaz a míngua trindade feita em cera
E entre a tênue visão da sã quimera
Que o silêncio na aurora expressa expor;
Compassa o cetro nível superior,
Em devaneio ardente como mera
Luz onde a sombra escura cobre a esfera
Que brota o agreste e tímido furor!
No lúcido horizonte a paz entoa
Entre o vigor do etéreo céu que ringe
Do vácuo que me augura a força boa.
E no átomo do engenho, o fim que tinge
O firmamento altivo, não escoa
O arfante tédio que mortal me esfinge.
Ângelo Augusto