O ARFANTE TÉDIO

O estimulo do plácido rumor

Jaz a míngua trindade feita em cera

E entre a tênue visão da sã quimera

Que o silêncio na aurora expressa expor;

Compassa o cetro nível superior,

Em devaneio ardente como mera

Luz onde a sombra escura cobre a esfera

Que brota o agreste e tímido furor!

No lúcido horizonte a paz entoa

Entre o vigor do etéreo céu que ringe

Do vácuo que me augura a força boa.

E no átomo do engenho, o fim que tinge

O firmamento altivo, não escoa

O arfante tédio que mortal me esfinge.

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 02/06/2014
Reeditado em 02/06/2014
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