JUVENAL CREPÚSCULO

Na cálida volúpia do tempo cipreste,

O mar sólido, ínfimo e cálido cora,

No juvenal crepúsculo que surta e ignora

O semblante lascivo que o tédio reveste!

Lá no átrio vasto e atômico de vácuo agreste

Dilacera-se o plácido em letal demora,

Que nas asas efémeras a seiva veste,

Emancipando o árido outonal afora…

No letal resplendor do fascínio terreno

Reforma-se um repleto gás tão profundíssimo,

E as folhas enroladas atinam veneno!

E no alto céu arfante do cervo ar fortíssimo ,

Os tísicos penares furtam como aceno

E respaldam do espólio casto e formosíssimo.

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 01/06/2014
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