A estranha moça

Louros os fios da angélica estrutura:

Rubro o rosto e dos lábios seus carnais

Brota uma imagem cínica e de tais

Curvas vem o sorriso à curvatura

Ah, o sorriso! Lembra-me outra jura.

O amor e seus soluços, cães fatais.

Ela, fremindo açoites sem sinais

E a beleza, num corpo, já madura.

O riso novamente o olho meu

Rouba a face, e o ébrio brilho seu

Caminha na memória deste fardo

Sim, moça! Nem sequer simples palavras

Trocamos (Pontes). E este corpo lavra

Teus risos e olhos que no peito guardo!

Heitor de Lima
Enviado por Heitor de Lima em 27/05/2014
Reeditado em 17/12/2014
Código do texto: T4822125
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