Soneto à Saudade

Como soldados se despedindo sem certeza de voltar

Como marinheiros com lágrimas nos olhos adoçando o mar

Como crianças sem conseguir segurar a emoção

Como mães horrorizadas tapando o grito com as mãos

Como os orgulhosos sensíveis sem olhar pra trás

Como as mulheres que todos os dias sonham com o reencontro no cais

Como os cães que se lembram mesmo que ninguém mais

Como o abraço guardado que nunca será esquecido jamais

Há quem consiga lembrar e sorrir e entender que nada é para sempre

Há quem apenas veja a presença da ausência, fazendo-lhe companhia

Há quem não queira encarar que o que foi não é mais, de frente

Há quem possa enlouquecer em angústia

Há quem deixe de acreditar em milagres

E há quem sangre por letras

José Rodolfo Klimek Depetris Machado
Enviado por José Rodolfo Klimek Depetris Machado em 10/05/2014
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