Mistérios do coração

Às vezes eu sei tanto do meu coração

Sei o que se passa, até vejo a imagem.

E outras vezes me segreda sem noção

E se tranca, retira-me toda a paisagem.

Às vezes ele tem um espantoso querer

De repente se recolhe não sei por quê.

Às vezes se doa; se entrega para valer

Já se foi com alguém, pergunto: cadê?

Às vezes bate alto, caceteia o ouvido

E às vezes o seu silêncio bulina além

Ama quem não deve; inverso também.

A fiúza é que ao amor está envolvido

E nele reside toda uma contemplação

E é mistério; enflora-se em cor e ação.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 08/04/2014
Código do texto: T4761667
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