Dona aranha
Sobe passos largos na parede, não arranha
Sem marcas na textura, sem nenhuma sede
A insueta aranha ascende e o supino ganha
Lá no culminante para, acolchoa a sua rede.
E tece com fios prateados armadilha à mosca
Silenciosa, todavia ninguém sabe se ela dorme
Sem ajuda, prossegue a rendeira a era é tosca
Em cada centímetro tecido de jeito uniforme.
Tece sem saber do amanhã, e continua a tecer
De repente uma invenção é visível lá no teto
E o vento o faz brilhar, toca forte e com afeto.
Mas a chuva não perdoa tudo vem a envolver
É alagada a teia e ateia a distância a aranha
Sobrevivente sobe a parede; é cheia de manha.
Uberlândia MG
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