Dona aranha

Sobe passos largos na parede, não arranha

Sem marcas na textura, sem nenhuma sede

A insueta aranha ascende e o supino ganha

Lá no culminante para, acolchoa a sua rede.

E tece com fios prateados armadilha à mosca

Silenciosa, todavia ninguém sabe se ela dorme

Sem ajuda, prossegue a rendeira a era é tosca

Em cada centímetro tecido de jeito uniforme.

Tece sem saber do amanhã, e continua a tecer

De repente uma invenção é visível lá no teto

E o vento o faz brilhar, toca forte e com afeto.

Mas a chuva não perdoa tudo vem a envolver

É alagada a teia e ateia a distância a aranha

Sobrevivente sobe a parede; é cheia de manha.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 23/03/2014
Código do texto: T4741105
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