NONA SINFONIA

Era alta madrugada,
O poeta concentrado escrevia,
A lua indiscreta dava uma olhada,
A música de Beethoven ele ouvia.

Ficou tão extasiado,
Com a nona sinfonia,
Que não conseguiu o coitado,
Dar conclusão à poesia.

Debruçado na janela,
Vendo a cara do dia,
O poeta se redargüia.

Era a primeira vez aquela,
Que algo estranho acontecia,
Era poeta; e poeta não se sentia.