Líquida
Incompressível; escoo em sentimentos
E os poros sentem-se tálamo de fluidez
Dimana da alma em livres movimentos
Permanece o grito em ebulição pela tez.
Derramando-me sou presa fácil do gole
Torno-me enxurrada desde a nascente
E entorno-me sem que nada me imole
E bebida; adapto-me fácil ao recipiente.
E jorro em anseios, borbulho vontades
Fluo verbos e versos então mino poesia,
E às vezes não caibo em minha vasilha.
Líquida, vazo em ininterrupta emoção
A essência exterioriza; na bica a fissura
É água de mim: inodora, insípida e pura.
Uberlândia MG
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