Líquida

Incompressível; escoo em sentimentos

E os poros sentem-se tálamo de fluidez

Dimana da alma em livres movimentos

Permanece o grito em ebulição pela tez.

Derramando-me sou presa fácil do gole

Torno-me enxurrada desde a nascente

E entorno-me sem que nada me imole

E bebida; adapto-me fácil ao recipiente.

E jorro em anseios, borbulho vontades

Fluo verbos e versos então mino poesia,

E às vezes não caibo em minha vasilha.

Líquida, vazo em ininterrupta emoção

A essência exterioriza; na bica a fissura

É água de mim: inodora, insípida e pura.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 06/03/2014
Código do texto: T4718199
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