EU ME CONDENO - Soneto ( nº33) do meu livro "Em todos os sentidos"
Eis que dentro de trevas eu me encontro,
Não por gosto e sim, por grande desgosto;
E neste vestir da sina, o recontro
Nos pecados expostos do meu rosto...,
...Quais culpas e vergonhas sim, efundam
Aflições neste meu ser purgatório!
As penas compungidas me circundam,
Com o asco fedor, feito um velório!
E morte é a vida em verdade...
Ao fazer dela a nossa simples capa.
Não julgues outro usando a crueldade...,
...Porque se a morte traça-lhe um mapa,
Teremos pela busca a identidade,
E já no rastro, dela não se escapa!