MINHA AURORA
Eu mesmo teço os fios de minha aurora
e pinto a sua face de vermelho
e pondo-a refletida num espelho
a treva em volta logo se descora.
A sua luz já me ilumina e doura
esse amanhã que no horizonte eu olho;
em lágrimas fecundo, em sangue molho
a estrada que me leva à paz vindoura.
Conquanto esperançado, choro ainda
todas as dores e, sentido, peço
por cada uma nessa noite finda.
Na guerra que persiste eu me refaço
e, persistindo, firme, eu atravesso,
a ponte para o sonho passo a passo!...