Barca do caos que atraca no meu cais
É tarde demais pra dizer nunca mais
Já se foi aquele tempo em que eu era rude
Agora confesso que seu olhar ainda me ilude
Transformando meus risos em suspiros de “ais”
Você é a barca do caos que atraca no meu cais
É a promessa de chuva que não vem encher o açude
E meu coração bate descompassado e amiúde
Fez-se em mim num sempre e nunca num jamais
Rogo-te em silencio numa breve oração
És meu diabo de asas e aureola
Meu anjo torto que harpeia minha canção
Indubitavelmente és minha contradição
Tenho tudo, mas és a corda que falta na minha viola
Minha equação que não encontro a solução