A visita
Algo bateu à porta de rompante
No quarto estremeci: o que será?
Palpita o coração, quem baterá?
Espero um bocadinho, um instante
Transpiro, hesito e tremo expectante
Sei que a visita não me convirá
Mas p’la urgência nada a deterá
Abro a porta e ela entra fulminante
Encaro-a de frente. Não há medo!
Quando me revelou o seu segredo
Parou a agitação e o desnorte
Sussurra-me ao ouvido: quem sou eu?
“ És aquela que sempre me temeu
A senhora da vida: a minha morte.”