Olhos Abertos
Num mundo rodeado por deuses
E governado por seus devaneios,
O que resta para o homem?
Talvez o findo orvalho num campo de centeio
Onde cada grão nada mais é que toda uma geração
Fincada na terra bebendo de seu submerso leito
O doce leite que nutre toda uma vida.
O que resta para o homem ao ver seus iguais em fundo sono,
Sonhando com seres alados de uma infantil criação?
O que sobra para aqueles que estão de olhos abertos
Numa terra de sonâmbulos?
Para aqueles que vivem em superstição sobra os restos do sonho;
Aos outros que não mais bebem de oníricos goles
Resta a paciência de que alguém mais acorde.
JP 23/01/14