O POR DO SOL
Sá de Freitas
( Publicada na Ciranda: "POR DO SOL")
Quando o sol lá se vai com toda calma,
Para que venha à solitária lua:
Sinto a paz que no ar, leve flutua,
Como um sopro de amor dentro da alma.
Cores divinas surgem no horizonte,
E fazem-me sonhar com tempos idos,
Quando eu sentia nesses coloridos,
Da inspiração, a mais jorrante fonte.
Recordo-me dos sinos das Capelas,
Daquelas moças sorridentes, belas,
Voltando à casa, no findar do dia.
E eu poeta, ainda adolescente,
Olhava o entardecer e, de repente,
Compunha versos que ninguém não lia.