Que a poesia não surja, enfim, da cova
e ainda menos da pena do pavão
que ofende o ouvido faça sol ou chova
em ruído algo entre um peido e um trovão.
Que a pose não dispense (nunca!) a prova
em versos que nem Deus sabe onde vão
coerir, em geração que não renova
– há que extorquir o aplauso do povão...
Que sendo o que já sempre foi, se trove
ou se em soneto inove a cada estrofe
e pense os passos, onze, dez ou nove...
Que não seja por falta de incentivo
levada à mesma massa que ainda mofe
na superabundância do adjetivo...