ALMA REMENDADA - Soneto ( nº32) do meu livro "Em todos os sentidos"

Aqui me fica o tempo desmedido,

Dos meus anos que por loucura atados,

A ir-se num vai e vem são e ferido,

Nos dias destes males costurados.

Aqui soçobro de lamento e fúria,

Num vago apelo de (Meu Deus!) socorro!

Vomitando pedaços do eu espúria,

Morrendo na alma, sem saber que morro.

Mais? Quero que se dane a hipocrisia!

Pois, com faca de dois gumes a corto

Viu? Não mais me tornes tão curiosa...,

...Por que teu fado peca na heresia.

Sustento-me sem tua praga que aborto,

E a ira no olhar meu, cuspo-te odiosa!

Setedados
Enviado por Setedados em 13/01/2014
Reeditado em 15/10/2017
Código do texto: T4648023
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