O FÉRETRO - Soneto ( nº19) do meu livro "Em todos os sentidos"
Nesta tarde tão trágica e sombria,
Eu, caminhando lento, via um vulto
Num féretro a seguir; e ele me via
Triste, por este morto a ser sepulto!
Era a realidade que adentrava,
Nesta imagem do espírito finado,
Qual na funesta marcha me atentava,
A orar pro corpo sendo carregado.
Em mim, o arrepio feito um mistério,
Que perscrutava este cemitério,
Num olhar que a espinha ia gelando!
Na mente, sem ser sonho ou dualidade,
Do vulto quis saber toda a verdade;
Descobri ali, que estavam me enterrando!