O FÉRETRO - Soneto ( nº19) do meu livro "Em todos os sentidos"

Nesta tarde tão trágica e sombria,

Eu, caminhando lento, via um vulto

Num féretro a seguir; e ele me via

Triste, por este morto a ser sepulto!

Era a realidade que adentrava,

Nesta imagem do espírito finado,

Qual na funesta marcha me atentava,

A orar pro corpo sendo carregado.

Em mim, o arrepio feito um mistério,

Que perscrutava este cemitério,

Num olhar que a espinha ia gelando!

Na mente, sem ser sonho ou dualidade,

Do vulto quis saber toda a verdade;

Descobri ali, que estavam me enterrando!

Setedados
Enviado por Setedados em 05/01/2014
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