Fado
Ai amor, ai amor, dói muito o pé
Caminhas apressada, sem maçada
Pra te acompanhar é longa a estrada
Não te apresses, não tenho a tua fé
Caminhas para o sol e para a lua
Eu sou de outros cambiantes e luzes
Algo me estuga os passos, pesam cruzes
Cansa-me a liberdade. Invejo a tua!
Num casulo me escondo qual crisálida
Quieto no meu canto sem saída
Sonhando uma alvorada, mesmo pálida
Escrito no destino, como fado.
És princípio, és fim da minha vida
És prenúncio, já vaticinado.