TRISTE LUAR DE AMOR - Soneto ( nº15) do meu livro "Em todos os sentidos"
Meu estático ser que a orbe fita,
Que vê sonhos longínquos, desta espera
Em saudades que no peito palpita...,
É também reverência à linda esfera!
O que a lua não me diz, vou imaginando
Num tempo que passou, mas vivo ainda,
Dentro assim deste amor e, me apegando,
Cingido a tal lembrança que não finda!
Prata, o seu alfarrábio transparece.
Poderoso e soberbo, faz chamada
Idolátrica pro imo que se aquece.
No alvor, tua face por mim é chorada,
Depois que a triste lua desaparece
Com vigor pra outra noite, ó amada!