Soneto ao meu fardo
Assim eu sigo em frente e vou vivendo
Com todo esse meu peso a carregar
Fazendo o meu corpo se encurvar,
Deixando o meu espírito doendo.
O peso das injúrias que sofri,
Dos golpes violentos que levei
Que nunca com coragem revidei,
Os quais de quase todos eu fugi.
Palavras dolorosas sempre voltam,
Que muitos sorridentes me disseram,
Ilhadas no oceano da memória
Mas sempre bem dispostas a voltarem,
Querendo no meu fardo mais pesarem,
Deixando sempre oculta minha glória.