MEUS ROSTOS - Soneto ( nº5) do meu livro "Em todos os sentidos"
Já não tenho mais d’outrora a beleza,
Qual na atração de amores foi ditosa;
Tenho apenas lembranças por certeza,
Que dela são saudades, feito prosa.
O que transpõe o tempo é a vida,
Não um corpo de cérebro plantado.
O meu semblante a vê, cá percorrida,
Neste que sou eu, dela transformado!
Velho rosto, porém eu lhe prometo:
Teu valor nunca vai ser esquecido...
E no lembrar tua forma num soneto...,
...O quanto fosses por elas querido;
Não vou deixá-lo aqui ser obsoleto,
Mas, sinto que de mim tenhas partido!