Sorva e se deixe sorver
Silencie; nada diga se não sente.
E a palavra nada prova, ludibria.
O amor se provado é tão quente
Só falado, bebedeira que esfria.
Absorva; extraia da alma o gosto.
E engula o que escorre pela tez
Saboreie todos os goles do rosto
E devore uma, duas e outra vez.
Sugue a última gota desse anseio
Em cálice de encarnada essência
Mostre-se taça de transparência.
Deguste esse amor e as palavras
Nos versos sentidos lamba a cor
Embebede-se nesse denso sabor.
Uberlândia MG
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