Sorva e se deixe sorver

Silencie; nada diga se não sente.

E a palavra nada prova, ludibria.

O amor se provado é tão quente

Só falado, bebedeira que esfria.

Absorva; extraia da alma o gosto.

E engula o que escorre pela tez

Saboreie todos os goles do rosto

E devore uma, duas e outra vez.

Sugue a última gota desse anseio

Em cálice de encarnada essência

Mostre-se taça de transparência.

Deguste esse amor e as palavras

Nos versos sentidos lamba a cor

Embebede-se nesse denso sabor.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 27/11/2013
Código do texto: T4588353
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