MINTA

Se partires, não me conte a verdade!
Não sei se poderia suportá-la.
E de qualquer forma, a realidade,
assim posta, é a mentira que cala.

Se não puderes evitar, disfarça,
que acreditarei no que for dito.
Faz teatro, uma boa peça de farsa,
que conterei, na garganta, o grito.

Minta, pelo que fomos no passado,
que o futuro a verdade dispensa!
Minta, para que não haja recompensa

exigível, nem de um, nem de outro lado.
Minta, para que a relação, enfim, acabe
sem ressentimentos e no que não se sabe.



 
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 26/11/2013
Reeditado em 27/11/2013
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