TRIBUTO A FLORBELA ESPANCA
Foste tu poeta triste, e solidão, e dor;
“A chama, e neve branca, e misteriosa”.
Foste a noite “voluptuosa”
Que imploraste do poeta um beijo de amor.
Foste tu alma de poeta
Que nunca ninguém entendeu;
Andaste “perdida nas violetas”,
Nas amarguras que a vida teceu.
Foste tu “o Mar-Morto”
Que nunca encontraste “porto”.
Foste tu “os sonhos dourados” que jamais realizam;
Foste tu a “magnólia de cetim” que floresceu,
Que nasceste no “muro em ruína” e tão logo morreu,
Arrastada pelos desenganos tantos que a ti causaram.
OBS- as expressões entre aspas são dos poemas de Florbella espanca.