ENTRE TAÇAS E BEIJOS

ENTRE TAÇAS E BEIJOS

Silva Filho

Tomamos vinho tinto, por instinto.

O pensamento tropeçando embriagado

Pressentimento do prazer guardado

Revelação de quem está faminto!

Caprichosas mãos pelas vertentes

Brincavam no desnível do relevo

Deixando a poeira do enlevo

Nas frestas dos desejos impudentes.

Numa fusão de corpos cavalgantes

Cavalgavam beijos saltitantes

Sem rédeas pra frenar o desvario!

Entre taças e beijos (quem diria!)

O vinho extrapolou a poesia

Para levar centelha ao pavio!