Tubaína
Na boca o guaraná o gosto adoça
a língua que se enrosca no mistério
de tanto perguntar: seria bossa?
o tanto responder: meu refrigério
espuma pelo copo feito poça
de luzes furta-cor de azul-império,
deixando imaginar que já se possa
em mim desesperar o tempo sério
ao único prazer que a vida trouxe:
revê-la neste copo, flash doce
do cínico passado nos enganos,
dos quais jurei amor, mas não amei;
e hoje quando a amo, já não sei
se amor é o que senti naqueles anos.