A BOLHA DA FELICIDADE
Àquele que festeja exaltação
no mundo entoando a dor em vil prelúdio,
a minha consternada indignação
de espessa intensidade, meu repúdio...
ao que, pisando lôbrega penúria
alheia, se alardeia tão feliz,
de consciência imersa em turva incúria,
e guarda toda a água em seus cantis.
Porque sorriso em meio a tantas mortes
de sonhos, perspectivas, frágeis sortes,
se não denota parva insanidade...
Então demonstra torvo egocentrismo
de flutuar por sobre um cataclismo,
a salvo, numa bolha de maldade.