O RIO
E mina o amor em minha pele pálida,
que num segundo, vira um rio imenso;
de gota doce, densa, breve e cálida
a trilho de água farta, forte, extenso.
E segue em correntezas tão velozes,
dissolve chãos, fronteiras e trincheiras,
jorrando em cataratas mil ferozes,
derrama-se em culturas, greis inteiras.
E lambe limos, lodos nos destinos...
E varre seixos, pós no seu percurso...
Inunda ações de instintos vis, ferinos...
Porém nos campos nus de suas margens
que abraçam a braveza de seu curso,
resplende seu labor: florir paisagens.