PALAVRAS. soneto-449.
Dilacera-me o peito como afiada navalha,
Mata-me lentamente com esse linguajar,
Fere meu interior em lamúria que não falha,
Duras palavras que me acossam sem parar.
Não por acaso usas essa tua língua ferina,
Qual tempestades que reviram onde passar,
Adentra-me no intimo deixa-me em ruínas,
Apossa-se de tudo não me deixas descansar.
Palavras têm um poder que não se controla,
Devastam por muito tempo ao deitá-las fora,
É como um punhal agudo sempre a nos ferir.
Não se pressupõe qual sejam os estragos seus,
Nem também conjectura-se aferir-se ao eu,
O fato é que deverias ponderá-las ao proferir.
Cosme B Araujo.
04/10/2013.