A MANHÃ E O CORAÇÃO
O coração, maravilha, flora
de alumbramento no amanhecer,
de notas plácidas se assenhora,
ante a delícia de nu prazer.
Pela manhã sorridente, clara,
gorjeiam melros e bem-te-vis
e o coração na alegria rara
não se envergonha de ser feliz.
Ele que tanto se dói, ressente
com a cadência de tom plangente,
o seu compasso preso à garganta.
Mas ante encanto manhã serena,
vivência gente é banal, pequena
e o coração simplesmente canta.