O GRITO
Crocita em meus projetos brandos grande corvo,
enquanto risca seu negrume nos solares
do meu melhor, minha ilusão e expele estorvo
no que de mim singelo exala, bem dos lares.
Apavorada com grasnar sinistro, torvo,
fina esperança se endoidece, meus sonhares
não mais colorem a emoção e triste sorvo
nas profundezas lá de mim escassos ares.
Esta é a minha sensação ante o futuro,
como se fosse calabouço frio, escuro,
no qual me vejo embaraçado em bruto horror.
Eu bem que tento me livrar de tanto medo,
do calabouço e negro corvo neste enredo,
mas não consigo! E grito: Deus, cadê o Senhor?