O GRITO

Crocita em meus projetos brandos grande corvo,

enquanto risca seu negrume nos solares

do meu melhor, minha ilusão e expele estorvo

no que de mim singelo exala, bem dos lares.

Apavorada com grasnar sinistro, torvo,

fina esperança se endoidece, meus sonhares

não mais colorem a emoção e triste sorvo

nas profundezas lá de mim escassos ares.

Esta é a minha sensação ante o futuro,

como se fosse calabouço frio, escuro,

no qual me vejo embaraçado em bruto horror.

Eu bem que tento me livrar de tanto medo,

do calabouço e negro corvo neste enredo,

mas não consigo! E grito: Deus, cadê o Senhor?

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 20/08/2013
Código do texto: T4442789
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.