VIAGEM PERDIDA
Tanto podia ser, porém não fui.
Quanto a fazer, mas eu também não fiz.
O que eu podia ter, cadê? Se exclui.
Ah, tanto a dar e, ególatra, não quis.
Tanto podia ser, não fui por medo.
O que eu podia ter se exclui, é nada.
Quanto a fazer, não fiz, achava cedo.
E tanto a dar, mas eu não quis mão dada.
Dopado, adormeci por toda a viagem.
Que pena, assim perdi solar paisagem
de terras salvas, fartas, a florir.
E como não existe algum contorno,
maneira de voltar, nenhum retorno,
só resta despertar-me ao prosseguir...