PRAZER
Ah, nestas mãos adejam aves delicadas
a me levarem, sobre as asas, à delícia
das noites claras, só de amor enluaradas,
agasalhando meus segredos em carícias.
Ah, nestes lábios que, dos lindos, são moradas
liberto e lambo as inocências das malícias
que dançam n'alma ao som de músicas douradas,
enquanto sugam meus delírios com perícia.
Como se não bastasse tanta maravilha,
tu me convidas a pousar, despir tua ilha
que acolhe a fonte mais sagrada do viver.
Em tuas mãos, teus lábios, ilha, faço mundos
com mil vulcões de orgasmos múltiplos, profundos
e entrego a vida às suas lavas de prazer.