Soneto do Sertão

Aqui do meu cantinho observo o horizonte

Serras cinza, céu nublado, mais nada a molhar

Sinto aqui um ventinho frio e fico contente

Mas no fundo, eu sei que a natureza está a me enganar.

Assim segue os dias de desertificação... aqui no sertão

Deixando assim todo cinza este meu mundão

Falta água para quem tem sede e vigor no coração

Mata o gado, queima as plantações, deixa com fome o povão.

No concreto da cidade a seca nos faz ferver

Queimando sem sentir, olhando para o céu sem entender.

Esperando a chuva com esperança, já que é a ultima a morrer.

Mas morre, com certeza sem ter o que beber.

Mas não quero deixar a poesia padecer de sede nem de dó

Sem antes nem mesmo conhecer as belezas do meu SERIDÓ.