QUANDO FALAR DE AMOR
No teu falar de amor, um pouco de pimenta,
Não deixa de inserir, poeta, bem de leve.
Não te excedas na dose. A gente quando escreve
De amor, tem fina a pena e tinta de água benta.
A amada, por favor, atenta a mil, atenta,
Quer de certo a expressão iluminada e breve,
Que alcance o coração e a alma. Mas, se atreve,
A desejar calor mais forte e mais pimenta!
De fato. O bom tempero é sempre variado.
O paladar pretende, exige o aglomerado
De alho, pimenta e sal, um pouco gengibre.
Daí, porque o poeta hás de ofertar no amor,
Ao falar ou escrever, ao comungar - não dor,
O homem, sim, na expressão que mais o afirme e vibre.
20-11-09