BABEL
No dia anoitecido que desperta
de sol, tristonha estrela vacilante,
revoa a borboleta torta, incerta
da lívida esperança dissonante.
Que chora, pois a gente não se alerta,
soberba de babel prossegue avante,
rompendo nuvem, céu e porta aberta
daquele que no ameno é caminhante.
Na borboleta exausta da esperança,
a fera intolerância grassa, avança,
comendo tudo em sua sanha farta.
Minando a resistência à bruta gula,
vencida, a borboleta se acasula
e toda pelo avesso, se enlagarta.