O FADO DA SOBERBA
“Ah, não me importa alheia, inválida opinião.
Encerro em mim verdade máxima, suprema!
Conheço tudo sobre todo, qualquer tema,
só não suporto prolongar explicação.”
Eu desprezava assim distinta intervenção...
Minha existência, bela cena de cinema...
E meus conceitos, proferidos como lema...
Minha beleza se abraçava à perfeição...
Quando presente, propagava-me no espaço;
cessando vozes e moldando pensamentos,
eu submetia, aos meus domínios, a sapiência.
Mas de repente, derreteu-se meu compasso;
me despertei, chorando ausentes movimentos,
na refulgente solidão da incandescência.