A PRISÃO

Um homem a sonhar vivência branda

lamenta, à janelinha da prisão

vigiada pelo fero monstro cão

da realidade austera, edaz, nefanda.

Contempla triste a folha na ciranda

do vento em movimento brincalhão,

que gira sem nenhuma proteção,

enquanto amarga medo que o comanda.

Então se inspira à imagem linda vista,

respira força e avança na conquista

de alar despido o rumo seu, destino.

Descobre, cão e grades são de penas

desfeitos ante simples sopro, apenas

e o algoz que o aprisionou: seu próprio tino.