O GIRO DA CIRANDA
A minha vida gira na ciranda
do arbítrio, do destino, urdume ou sina;
no embalo que roteiro incerto manda,
assim, cavalo preso pela crina.
E mesmo sem saber quem toca a banda,
a minha vida ingênua tal menina
se pensa livre, avoa, dança branda
e rodopia, brinca e se alucina.
Feito o planeta em áureo anel solar,
persiste a vida no incansável giro
a misturar-se ao ar, ao tempo, à terra.
Mas, pena, é inevitável terminar.
E sob a sombra do último respiro,
o giro da ciranda então se encerra.