O GIRO DA CIRANDA

A minha vida gira na ciranda

do arbítrio, do destino, urdume ou sina;

no embalo que roteiro incerto manda,

assim, cavalo preso pela crina.

E mesmo sem saber quem toca a banda,

a minha vida ingênua tal menina

se pensa livre, avoa, dança branda

e rodopia, brinca e se alucina.

Feito o planeta em áureo anel solar,

persiste a vida no incansável giro

a misturar-se ao ar, ao tempo, à terra.

Mas, pena, é inevitável terminar.

E sob a sombra do último respiro,

o giro da ciranda então se encerra.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 11/07/2013
Código do texto: T4381960
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