Manhã
Nesta manhã, quase ainda escuro,
Mal despontava o sol no horizonte,
Vi que saías. E ao passar defronte
Da minha casa, vi-te pelo muro.
Estavas vestida com apuro.
Mas quando olhei para a sua fronte
Ainda que você a ninguém conte
Sei bem, pois não sou mais imaturo.
Vi que tinhas chorado. No teu rosto
Um vinco, uma marca tão profunda,
Denunciava todo o teu desgosto.
A razão – não consegues esconder;
Sofres das dores, talvez a mais funda:
O amor é quem te faz tanto sofrer.
Nesta manhã, quase ainda escuro,
Mal despontava o sol no horizonte,
Vi que saías. E ao passar defronte
Da minha casa, vi-te pelo muro.
Estavas vestida com apuro.
Mas quando olhei para a sua fronte
Ainda que você a ninguém conte
Sei bem, pois não sou mais imaturo.
Vi que tinhas chorado. No teu rosto
Um vinco, uma marca tão profunda,
Denunciava todo o teu desgosto.
A razão – não consegues esconder;
Sofres das dores, talvez a mais funda:
O amor é quem te faz tanto sofrer.