VOU EMBORA DE MIM
Odir Milanez
 
 
Deixo de ser eu mesmo, desde agora,
esfacelando o espelho em que me vejo.
Tão somente de mim vou indo embora,
desertando de tudo o que é desejo.
 
O que jurei por mim, não mais vigora.
Às bocas que beijei cansou-me o beijo.
Vou-me de mim sem peias, sem penhora,
desnudando o pudor, fugindo ao pejo!
 
Vou embora de mim. Ida sem volta.
Vou vadear meu vulto vida afora,
sequer cedendo à sombra como escolta.
 
Do quanto fui ou fiz me faço fora.
Apesar de minh’alma da revolta,
deixo de ser eu mesmo, desde agora!
 
 
JPessoa/PB
07.07.2013
oklima

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Sou somente um escriba
que ouve a voz do vento
e versa versos variantes...

 
oklima
Enviado por oklima em 07/07/2013
Reeditado em 07/07/2013
Código do texto: T4376083
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